PV DIAS, 2019. Partida 4. Jato de tinta sobre papel algodão, 50 x 50 cm.
O artista paraense PV DIAS afirma:“Sou uma pessoa negra, tenho uma outra relação com tudo, e comecei a brincar de forma anárquica com o afrofuturismo, com um olhar amazônico”. A série “Recontando a arte colonial através da virtualidade dos jogos” é uma das traduções da fala do artista. Ali testemunhamos um trabalho em que está refletido, nas palavras de PV DIAS, um “norte contemporâneo, com ritmos, elementos visuais de movimentos, como o tecnobrega, calypso, brega” – que também joga com elementos do passado e do presente brasileiro que dialogam com o espírito do afrofuturismo de maneira contundente. A Série, sobre violências coloniais, atravessa e desorganiza os lugares em que o olho do artista se fixa, entre a Amazônia e o Sudeste do Brasil. É interessante destacar que atualmente o Metropolitan Museum de Nova Iorque apresenta uma impactante exposição no espírito do Afrofuturismo: “Before Yesterday We Could Fly: An Afrofuturist Period Room”. Na mostra é recriada – por um coletivo de artistas – a Seneca Village, antiga e importante comunidade negra que existiu por volta de 1850 no que é hoje o Central Park. A propósito, Partida 4, arriscamos dizer, poderia dialogar muito bem com as facas que Paulo Nazareth distribui pelo mundo…
PV DIAS, entre outros trabalhos, participou da exposição coletiva ‘Arte Naif: Nenhum Museu a Menos’ no Parque Lage, com curadoria de Ulisses Carrilho,, integrou uma exposição coletiva no espaço Caixa Preta, com curadoria de Rafael Bqueer e também expôs no Instituto Goethe da Bahia, com curadoria do Tiago SantAna.